terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Grandiosidade da Indústria Russa de Armamento ou Da Querela Entre a Pinta e a Eficácia

Decorre há algum tempo uma polémica absolutamente parva no mundo dos adeptos fervorosos do engenho humano para a nobre arte da chacina. Por outras palavras, decorre entre os homens a sério, há algum tempo, uma polémica perfeitamente parva: devemos considerar como melhor metralhadora do mundo uma arma russa ou uma arma americana? Devemos pôr o enfoque na fiabilidade do disparo da M-16? Na brutalidade destrutiva do projéctil da AK-47? Na inexprimível resistência da Simonov 45? Ou no poder de fogo da M-60?
Quanto a mim, todos os argumentos até agora esgrimidos a favor e contra o armamento quer russo quer americano esquecem o fundamental. As armas servem não só para matar mas sobretudo para matar com pinta. Lembremo-nos dos filmes de mafiosos, que qualquer gajo normal viu setecentas vezes e dos quais sabe largas passagens de diálogos de cor: o que é mais importante ali? O número de cadáveres amontoados ou o requinte de brutalidade com que cada vida é arrancada ao homem? Tenhamos um pouco de sofisticação, que diabo. É com base na sofisticação que tem - ou faz crer ter - que um gajo arranja miúdas para lhe fazerem lap dances. E nenhuma miúda achará aceitável um tipo que lhe diga «eu curto é ver 100 mortos por filme», preferindo, obviamente, um outro que assevere «o número de mortos não importa, eu gosto é da criatividade que o assassino põe no acto assassinante». As miúdas gostam de originalidade, é uma evidência, e gostam sobretudo de um tipo que tenha sensibilidade para a estética das coisas. Nesse sentido, um homem que sabe conferir à pinta da arma e do estrago que ela causa o grau principal na sua avaliação, é o que mais facilmente vai arranjar miúdas. E isso é a prova maior de que é um gajo a sério.
Porque é que a metralhadora russa é melhor, em pinta do que a americana? Por Deus! Só quem nunca ouviu o ruído artificialóide de uma arma americana, e depois a musicalidade mortífera de uma arma russa; só quem não comparou as linhas engomadas de uma M-16 ao aspecto virilmente ronceiro de uma AK-107; só quem não comparou, mentalmente, o que seria um fuzilamento feito sob o matraquear bruto, duro, másculo da arma russa, com um outro recorrendo à sonoridade industrial e insípida da arma yankee pode fazer essa pergunta. E quem nunca fez isto não é um homem valente. Não está em condições nem de pensar que pode opinar sobre um tema destes.

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