terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Lição Para os Alternativos

Se a minha espectacularidade não fosse tão absoluta como é, eu não teria o grau de vilelismo que tenho. Esqueçam, portanto, a ideia de chegarem ao meu patamar: é um talento inato. Contudo, atingir um grau mediano de vilelismo não exige outra coisa que não esforço para ser um homem a sério. É isso que se aconselha acima de tudo, e disso faz parte a vigilância para não entrar por caminhos esquisitos para chamar a atenção das mulheres e tentar expressar virilidade. Falo, já entenderam, da praga desviante a que chamam «os alternativos». Cumpre ter a generosidade de os chamar à razão e de os colocar no caminho que os guia à condição de gajos como deve ser.
Eu sei bem o que faz com que um gajo se torne um alternativo. Trata-se geralmente de alguém que se fartou de uma vida patética de morto-vivo, andando de bar em bar a farejar hipóteses para transformar a historieta deprimente e acinzentada a que se atrevem a chamar vida nalguma coisa de minimamente parecido com uma existência humana. E que, ante a mil vezes repetida incapacidade de o fazer, desenvolveu um mecanismo de defesa: passou a pensar que a culpa não era dele por não ter sucesso entre as mulheres. Que não era por ser alarve, ou desinteressante, ou, vá, geneticamente falhado. A culpa era do mundo que não o compreendia. Que não estava pronto para ele. Que não percebia a que ponto o tipo era brutal e excelente. Portanto, como é mais normal ser toda a gente a estar errada e o alternativo ser o único que está certo, a sua espectacular capacidade de raciocínio revelou-lhe que melhor seria que ele voltasse costas ao mundo e seguisse um caminho totalmente novo, inconformado, alternativo. Para isso uns deixavam de tomar banho, outros passavam a vestir de preto, outros tinham outras patetices, e todos falhavam redondamente.
Pode haver quem diga que há gajas que gostam de alternativos. É capaz. Mas também há pessoal que gosta da música Christina Aguillera. Ora, o facto de haver doentes no mundo evidentemente não justifica que nos portemos como eles. Portanto, não vamos ter em consideração o nicho microscópio das miúdas que olham para a esquisice e não vêm que é esquisice: vamos ter por base as que são normais e que pensam normalmente. Ora, essas, diante de um alternativo, farão a pergunta óbvia: «mas então, para o teu inconformismo ser total, porque é que não usas as calças na cabeça e os sapatos nas mãos? Porque aceitas as regras da sociedade que não te compreende nessa matéria?». O alternativo, exposto assim no seu ridículo pela sensatez praticamente nula da gaja média, sentir-se-á vexado: mais vale perceber a tempo, porque eu lhe ensinei, que o caminho a seguir é ser um gajo normal. Vestir-se como um gajo normal. Beber whiskey e vodka puro, como um gajo normal. Fumar como um gajo normal. Ter uma arma de fogo em casa, uma admiração infinda por Pinto da Costa, uma disposição inata para insultar o puto gordo da turma, e um bloquinho cheio de estratégias infalíveis para possuir a Diana Chaves - tudo como um gajo normal. Têm de entender que um homem a sério, um homem como deve ser, um homem que preza a sua virilidade (e que, já agora, tem intenções de se servir dela...) tem de se portar como um homem, se quer arranjar... uma mulher. Este esforço de mostrar a evidência a quem não a quer ver é importantíssimo neste blogue. E eu vou fazê-lo: eu terei essa generosidade convosco.

1 comentário:

  1. ihihih! e quem sugeriu fazeres um comentário ao tema, quem foi?!?!:P olha lá e quando é que me segues no blogue?! A menina está cansada de eseprar... eheheh!

    Beijocas,

    A Menina dos Óculos

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